Adema e setor sucroalcooleiro dialogam sobre queima controlada da cana e mecanização

Órgão recebeu representantes do Sistema Faese/Senar, Usineiros e Asplana, que apresentaram demandas sobre autorizações ambientais

A Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema) recebeu nesta terça-feira, 25, representantes da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Sergipe (Faese/Senar), da Associação dos Plantadores de Cana de Sergipe (Asplana) e da Usina Pinheiro para tratar sobre a queima controlada de cana-de-açúcar e sobre a mecanização agrícola do corte da cana no estado. 

Em Sergipe, a queima controlada é legalmente permitida mediante a concessão de Autorização Ambiental pela Adema, conforme a Lei nº 8.497/ 2018 e a Resolução nº 53/2013 do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Cema), com base no Decreto Federal n° 2.661/1998.

Recebidos pelo presidente da Adema, Carlos Anderson Pedreira, os representantes expuseram demandas relacionadas à emissão das Autorizações Ambientais e abordaram o cenário atual da colheita mecanizada e manual em Sergipe. Durante o encontro, também foram abordadas questões relativas a queimadas criminosas e acidentais, e foi sugerida a criação de uma câmara temática para discussão dos avanços da mecanização da colheita.

Carlos Anderson avaliou positivamente a reunião. “Considero que foi bastante produtiva. Pudemos alinhar alguns pontos importantes para que possamos avançar na redução gradativa das áreas de queima, o que vem sendo buscado em todo o país enquanto diretriz ambientalmente mais adequada. Recebemos um documento com demandas do setor e veremos o que pode ser feito, dentro da legalidade, para conferir a celeridade necessária às autorizações ambientais no período de colheita, para inclusive coibir queimadas clandestinas ou ilegais, além de outros pontos que iremos analisar”, afirmou o presidente.

Mecanização

Segundo o superintendente do Sistema Faese/Senar, Denio Leite, a topografia acidentada de Sergipe dificulta ou impede a mecanização em parte considerável da área destinada ao plantio da cana-de-açúcar no estado. “Para essas áreas acidentadas, existe um pleito antigo dos produtores junto aos fabricantes de máquinas e equipamentos, para o desenvolvimento de um modelo que atenda a região, tendo inclusive já trazido modelos da China e da Índia, mas ainda sem sucesso”, explicou.

O presidente da Asplana, José Amado, contou que será realizado um estudo para levantamento da área passível de mecanização. “O nosso objetivo é que a gente possa avançar no que for possível, evitando ao máximo a queima, que também não é benéfica para nós. Considero que fomos muito bem recebidos pelo presidente da Adema, colocamos as nossas demandas, todas dentro da lei, e ele recebeu para analisar. Saímos satisfeitos, os técnicos e representantes dos usineiros e eu, como representante dos fornecedores de cana. Iremos aguardar que ele nos dê mais alguma orientação para que possamos dar continuidade”, pontuou José Amado.

Harmonia

Segundo o presidente da Adema, Carlos Anderson, os encaminhamentos da reunião apontam para um diálogo harmonioso entre a Adema, órgão ambiental licenciador e fiscalizador, e o setor produtivo. “Nosso intuito é garantir que as atividades sejam realizadas dentro da legalidade e possibilitando que o estado avance economicamente de forma sustentável. Para isso, é essencial que esse diálogo siga acontecendo para que todas as partes possam estar alinhadas com o mesmo objetivo”, pontuou.

Também para o superintendente do Sistema Faese/Senar, Dênio Leite, a harmonia e o diálogo institucional é fundamental para um ambiente salutar entre produção e meio ambiente. “Seguimos firmes no propósito de demonstrar as boas práticas de produção conduzidas pelos produtores sergipanos, cumprindo a legislação e assegurando a geração de empregos, renda e impostos. O setor primário, responsável pela produção de alimentos, sempre teve o preceito de viver em harmonia com o meio ambiente sustentável”, concluiu.

Fotos: Rebecca Melo

Última atualização: 26 de novembro de 2025 13:42.

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