Parque da Cidade e UFS promovem enriquecimento ambiental de recintos de animais silvestres

Parceria oportuniza que universitários apliquem conhecimentos em prol da qualidade de vida no zoológico


Os animais silvestres abrigados no zoológico do Parque da Cidade recebem os benefícios de ações de enriquecimento ambiental realizadas por alunos dos cursos de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Ao longo do ano, cerca de 60 acadêmicos aplicam os conhecimentos adquiridos na disciplina ‘Criação e Manejo de Animais Silvestres’, sob orientação da professora Paula Gomes, para promover maior conforto e qualidade de vida para os animais.

O enriquecimento ambiental é realizado através de uma série de ações que visam estimular os comportamentos naturais e as habilidades dos animais selvagens, com a inserção em seus recintos de brinquedos e elementos que se assemelham ao seu habitat natural. Podendo ser alimentar, sensorial, ambiental, social e cognitivo, o enriquecimento contribui para a melhoria do bem-estar e qualidade de vida dos animais, e deve ser feito para atender às suas necessidades biológicas e físicas, garantindo sua segurança.

O veterinário da Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema) e gestor do Parque da Cidade, Hildebrando Vieira Filho, explicou que embora o zoológico esteja fechado para visitação em razão da ampliação da reforma, o acesso dos alunos é mantido em benefício dos animais. “Os alunos passam por cada recinto observando o comportamento das espécies e seus hábitos alimentares, e depois avaliam como enriquecer os ambientes, proporcionando-lhes mais conforto e formas de interatividade”, explica.

Dentre as intervenções realizadas na última visita feita pelos alunos, foram inseridos objetos para estimular a curiosidade e os sentidos dos animais, além de alimentos escondidos em diferentes locais para estimular o paladar, olfato e forrageamento. Troncos e manilhas foram colocados nos recintos das cobras menores, da píton e da sucuri para servirem como tocas. As aves, como araras e papagaios, receberam cocos e poleiros com alimentos amarrados. Nos recintos dos macacos foram pendurados pneus, instalados arranhadores, caixas e folhas para a jaguatirica e os gatos mouriscos, dentre outras ações.

A professora do departamento de Zootecnia da UFS, Paula Gomes, explicou que os efeitos das melhorias variam de acordo com os comportamentos naturais da espécie, mas que podem ser identificadas respostas imediatas: “Sabemos que teve efeito a partir das interações dos animais com os objetos, seja buscando alimentos, entrando em tocas, escalando os materiais colocados ou, no caso das aves, quando elas voam para os poleiros. Isso pode ser visto imediatamente ou no dia seguinte”.

A parceria tem se mostrado relevante para os futuros profissionais. De forma direta, a prática contribui para a fixação do conhecimento teórico, além de auxiliar o desenvolvimento de outras habilidades, como o trabalho em equipe e a comunicação. A estudante de medicina veterinária Maiara Braga avaliou positivamente o impacto da atividade na sua formação. “O contato com animais silvestres durante a graduação infelizmente é escasso, e ter essa oportunidade de conseguir ajudar os animais através do enriquecimento dos seus recintos, é uma forma de promover a saúde deles”, concluiu.

Última atualização: 6 de novembro de 2024 16:24.

Ir para o conteúdo